Para o neurocientista irlandês Shane O’Mara, “a experiência da sincronicidade quando caminhando com alguém é um dos nossos maiores prazeres”.
Conforme revela matéria do The Guardian, para ele todos nós deveríamos abandonar as academias de ginástica, comprar um bom tênis e sair para andar como o melhor exercício possível – não só pra nossa saúde corporal, mas principalmente para nossa saúde mental.
A sugestão do neurocientista não é uma mera opinião, mas sim uma conclusão baseada em dados, pesquisa e informações: caminhar nos faz mais saudável, mais feliz e mais inteligente.
“É um superpoder”, resume O’Mara. Seu livro “In Praise of Walking” (“Em louvor à caminhada”) explica que nosso cérebro evoluiu para funcionar em movimento, e que toda nossa fisiologia funciona melhor de tal forma: “Nosso sistema sensorial funciona em sua máxima potência quando estamos nos movendo pelo mundo”.
O cientista acredita que caminhadas acompanhadas podem ser uma ótima terapia inclusive para quem sofreu danos cerebrais.
Para quem afirma que caminhar não é um exercício de verdade, O’Mara é taxativo: “Trata-se de um erro terrível”, ele diz. “O que precisamos de fato é ser muito mais ativos de modo geral durante o dia do que somos normalmente”, indo além de uma mera hora de atividades intensas numa academia. “O que descobrimos por pesquisas é que quem fica na academia intensamente torna-se muito menos ativo depois".
“Enquanto se caminha, seu cérebro está trabalhando para você não cair, não morrer, e você continua a respirar, seu coração está bombeando, você está colocando um pé depois do outro, conversando, trocando informações”, ele diz, lembrando ainda sobre olhar a cidade, admirar paisagens, descobrir novidades.
“Tudo isso acontece ao mesmo tempo. Robôs não conseguem fazer isso. Fazer um robô atravessar uma rua é muito difíicil. A evolução está resolvendo esse tipo de problema bilhões de vezes por hora pelos últimos 400 milhões de anos”.
Em homenagem à nossa evolução, então, o melhor a fazer é mesmo meter o pé na estrada – e partir para uma caminhada. Vamos?
Fonte: Hypeness
The Guardian